segunda-feira, 11 de novembro de 2013

O peixe que inverteu a história

Hoje partilho um video de Sam Barclay - designer, educador e disléxico, que uma querida amiga me enviou: «I wonder what it's like to be dyslexic». É um curioso projeto, ainda em fase de captação de fundos, mas visualmente muito giro.

E na linha de pensamento da comunicação por imagens e signos, é fascinante perceber o mundo visual do pessoal cá de casa. Eu que, por acaso, sou mulher das teorias visuais, designs e afins, fico completamente remetida ao banco dos suplentes! O grave é que, realmente, estamos inconscientemente tão agrilhoados à PALAVRA, escrita ou oral, que nos passa ao lado o significado intrínseco dos símbolos visuais e das composições das imagens.

Outro dia vimos um filme. Os três. No dia seguinte estávamos na troca de ideias sobre a coisa. Não que fosse uma história particularmente relevante, era simpática. «Atores giros, o diálogo teve alguns momentos de valor, a fotografia foi o melhor, o enredo geral previsível, embora com momentos invulgares» foi a minha opinião sobre o filme.
«Hmmm, o que eu gostei mais no filme foi a analogia entre o momento inicial em que o homem, no meio da multidão, num percurso rotineiro, pára, vira-se para trás, e inverte o seu destino, e o momento final em que um peixe, no meio do cardume, também pára e inverte o seu destino, levando todos os outros peixes atrás.» - este foi o resumo da filha, consonante com o do pai.
(...)
Ok, estão a gozar comigo? Sim, era óbvio que os peixes iriam virar, se não o filme acabava mal, mas esse detalhe de UM PEIXE em particular fazer o mesmo do personagem principal, passou-me mesmo!!

«Sabes, mãe, é que tu devoras os filmes, assim à pressa, tudo misturado, em vez de apreciares cada imagem por si».
Aiaiaiaiai...

E fiquei até agora a matutar na coisa... quanta informação é que o nosso cérebro não descura, com esta ganância de absorver tudo à bruta, palavras, sons e imagens, em alta velocidade? O que ganhamos em tempo ao apanhar o TGV em vez de ir pela nacional, perdemos em experiência e conhecimento, por não termos tempo para VER/ ABSORVER/REFLETIR.

São pensamentos...

Ficam então aqui as palavras do designer Sam, as tais que não são mais do que representações visuais de sons, de fonemas, e outros emas de que já terão ouvido falar, seguramente, pelos profissionais que vos apoiam:

I wonderwhat it's like to be dyslexic  (clicar em cima do título)




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